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Cultura Afro-Brasileira


A MÚSICA E A DANÇA
Nessa apostila vamos estudar o que se definiu por cultura afro-brasileira. Para isso vamos passar pela música e dança de influência africana. 

Fonte : Wikipédia

A cultura africana defende que o Universo tem um ritmo próprio, da mesma forma que
nosso corpo obedece ao ritmo da pulsação e da respiração. Talvez seja esse um dos
motivos pelo qual a música africana é fundamentalmente embalada por
instrumentos de percussão. No Brasil, os seguintes instrumentos estão associados à
cultura negra: atabaque, berimbau, carimbo, agogô, ganzá, marimba, mulungu. O tambor
era fator de união da comunidade escrava que se reunia ao redor dele, inclusive para
tramar contra patrões. Daí a proibição do "batá-cotô” no século 19, na Bahia, com a
justificativa de que este incitava os negros a revoltas.
          A música africana normalmente está associada à dança com o objetivo de evocar
os deuses, para louvar algum herói ou mesmo para suavizar o trabalho árduo. Em
qualquer um de seus objetivos, a música serve para manifestar sentimentos e está
presente em quase todos os momentos da vida dessa cultura, do nascimento até a
morte.  
          No século 17 era comum que os senhores levassem seus escravos às ruas durante as
celebrações das festas católicas. Com instrumentos trazidos da África ou
fabricados aqui no Brasil, a prática exibia a importância do refinamento artístico dos
negros, fator muitas vezes lucrativo aos senhores de escravos que empresariavam
bandas de negros. Era prática, ainda, dos senhores de engenho fazerem visitas a
outras fazendas ao som de suas próprias bandas de música. Existiam, na época,
também algumas ordens religiosas que usavam a música como instrumentos de
socialização e cristianização dos escravos.
          A música tão presente na cultura africana tinha diversas funções: ninar crianças, ritmar trabalho, festejar e até protestar. O tambor é o instrumento mais importante, juntamente como o berimbau e o agogô. Os africanos também incorporaram a viola e o pandeiro dos portugueses. As músicas eram sempre acompanhadas de danças que herdaram do rebolado de Angola, como o requebrado, a umbigada e o batuque. O lundu era uma dança vista com ressalvas pelos europeus,
pois, estes a consideravam sensual. Essa dança evidenciou-se mais no início do século XX, influenciando profundamente o samba.


O SAMBA E O CARNAVAL
          O samba deriva de samba, de origem Angolana. Constituía-se em um círculo formado por músicos e dançarinos que dançavam com passos cadenciados, mexendo braços pernas e quadris. Os
primeiros relatos do samba como ritmo musical são do século XVIII, na Bahia. Sabe-se que esse ritmo era também executado por meio de batuques em Recife e no Rio de Janeiro, mas o fato é que, até hoje, o samba sempre apresentou diversas variações de acordo com a região em que é executado.
          Durante o período da escravatura, a igreja e a polícia, assim como os proprietários de escravos oscilavam entre a proibição e a tolerância ao samba. Justificavam-se pelo medo de que a reunião de muitos negros ao som de tambores poderia favorecer a organização de revoltas.
          Na época colonial, o som e a dança com seus requebrados eram vistos como diabólicos e eram proibidos mesmo dentro das senzalas, porque as danças poderiam servir de pretexto para a difusão do
Candomblé.  

          Mais tarde, por volta do final do século XIX, quando o pensamento científico passou a preponderar, a proibição justificava-se por se tratar de uma prática ultrapassada que comprometia o processo civilizador brasileiro. De qualquer forma, para que fosse possível enfrentar as dificuldades da escravidão, os negros e seus descendentes criaram comunidades para manter os laços culturais, traçar alianças, compartilhar lembranças e nessas ocasiões cantavam músicas e sambavam. 
          O carnaval foi criado no Brasil em torno da década de 1860, quando negros livres
comemoravam o Entrudo, uma festa na qual era costume arremessar água e farinha nas
pessoas. Essa festa também foi proibida por ser considerada bárbara e atrasada. Para
superar essa proibição, foi criada uma festa inspirada no Carnaval de Veneza, onde as
pessoas se divertiam com máscaras, confetes e desfilavam fantasiadas em bailes
luxuosos. Era, portanto, uma festa para a elite, que frequentava clubes de senhores
brancos. No final do século XIX a música tocada pelos negros começou a levar muitas
pessoas às ruas e a concentração da população imigrante do Nordeste nas ruas
do Rio de Janeiro, contribuiu para reforçar essa prática. Sambistas consagrados como
Pixinguinha, Clementina de Jesus e Donga criaram-se frequentando esses ambientes.
Aos poucos, pequenos grupos foram organizando blocos, fundando clubes e por
fim escolas de samba, tendo a população afrodescendente como base, até se tornar o
maior símbolo da cultura brasileira. 
          O termo escola de samba teve sua origem no século XX, sendo adotado por sambistas
para legitimar a prática musical que ocorria no morro. Ainda sendo vista de forma preconceituosa, a primeira escola de samba foi chamada "Deixa falar” fundada em 1928 no Rio de Janeiro.
          A presença de elementos religiosos no Carnaval demonstra que, até o início do século XX, não havia diferenciação nem restrição quanto ao sagrado e o profano nessa festa e, a partir daí, foi possível mesclar as tradições católicas ao candomblé, por exemplo, na folia do Momo. 

 AFOXÉS E MARACATUS

          Os maracatus são exemplos pernambucanos de uma dança na qual grupos fazem representações com rei, rainha e toda a corte. Existem ainda a dama do paço e a calunga, uma boneca ricamente decorada. Essa dança que faz referências às culturas ibérica e africana. É adornada por trajes coloridos e muito brilho. Os maracatus mais tradicionais usam o termo "nação” para demonstrar uma comunidade que se reúne para garantir uma identidade cultural. 

          O famoso afoxé Filhos de Gandhi, fundado em 1949, é um símbolo de resistência cultural muito celebrado na Bahia. Criado por estivadores, carrega esse nome em uma homenagem a Mahatma Gandhi. Até hoje saem no Carnaval vestidos de branco e tocando um ritmo lento e pacífico chamado de ijexá. A palavra afoxé, que significa adivinhação, hoje é a denominação de grupos formados por negros que usam roupas coloridas, colares e terços e saem pelas ruas da cidade de Salvador cantando o iorubá.
          Não se sabe exatamente onde surgiu a capoeira, mas é bastante provável que tenha vindo do Congo-Angola. Durante a escravidão, a capoeira era uma espécie de jogo entre os negros, jogo este que demonstrava agilidade e destreza e de certa forma ajudava nas tentativas de fugas. A polícia considerava que os capoeiristas eram desordeiros e tinham fama de valentes. Essa fama fez com que eles fossem contratados como capangas de políticos. 


          No Pará, o Mercado Ver-o-Peso, na zona portuária, era reduto de rodas de capoeira. Em 1890, com a Proclamação da República, a capoeira foi considerada contravenção com pena de até seis meses de prisão para os praticantes. Quem experimentasse descumprir a lei poderia ser até deportado para a ilha de Fernando de Noronha. Com o decorrer dos tempos, a capoeira, assim como o samba, foi aos poucos sendo reconhecida como prática cultural e deixou de ser reprimida. Hoje a capoeira é
praticada em diversos países e valorizada pela beleza dos movimentos e pelo respeito com que os companheiros praticam o esporte na roda.

REGGAE E HIP HOP

          Com a popularidade dos meios de comunicação na década de 1970, a juventude brasileira teve acesso à cultura de outros países por meio de discos de vinil e fitas cassetes. Os movimentos hip-hop e reggae chegaram ao Brasil e são praticados, em sua maioria, por negros. 
          A população negra, ao longo dos tempos, procurou meios diversos de protestar contra as desigualdades e o preconceito. Foi nesse clima de contestação que eles encontraram movimentos musicais vindos da Jamaica e discriminados até em seu próprio país. A década de 1970, portanto, popularizou essas músicas principalmente pelas mãos de Bob Marley e Jimmy Cliff. Gilberto Gil, nessa época, divulgou esses autores incluindo suas músicas em seus shows. 
          O reggae denuncia as péssimas condições de vida das populações negras, apontando realidades de racismo, pobreza e falta de perspectivas. O Maranhão era a porta de entrada para as novidades jamaicanas na forma de LPs e revistas.
          O hip-hop é um movimento cultural da década de 1960, dos subúrbios de Nova Iorque. Sua grande inspiração foi Martin Luther King, militante dos direitos civis dos negros americanos. No Brasil, foi na década de 1980, em São Paulo, que esse movimento chegou juntamente como outras manifestações artísticas tais como música rap, break dance e pintura grafite. Todas elas eram reações à exclusão dos negros pelas sociedades e refletem a luta pela valorização da cultura e estética negra contemporânea. 



Fonte Texto : Já Entendi Enem
Fonte  Imagens :
Imagem 1 e 2- Wikipédia  
Imagem 3 - Oestradoce 
Imagem 4 -Hercampus


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