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FÍSICA Termologia

É a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados ao calor.
É a parte da termologia que estuda as relações entre a temperatura e outras grandezas termométricas.
A temperatura mede o grau de agitação térmica de um corpo.
É a energia em trânsito que flui espontaneamente de um corpo de maior temperatura para um corpo de temperatura menor.
O aparelho usado para medir temperaturas é o termômetro. O termômetro mais utilizado é o termômetro clínico que é feito de vidro, contendo um bulbo com um filamento onde o mercúrio se dilata.
Uma escala termométrica é construída a partir de dois pontos fixos:
- PF, o ponto de fusão do gelo, onde o gelo vira água (derrete); - PE, o ponto de ebulição da água, onde a água vira vapor (ferve).
tC = temperatura na escala Celsius tF = temperatura na escala Fahrenheit tK = temperatura na escala Kelvin
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∆tC = variação de temperatura na escala Celsius ∆tF = variação de temperatura na escala Fahrenheit
∆tK = variação de temperatura na escala Kelvin
Um termômetro de mercúrio é calibrado de modo que, na temperatura de 0 OC, a altura da coluna é de 4 cm e, na temperatura de 100 ºC, a altura é de 8 cm. Determine:
a) a função termométrica que relaciona a temperatura (tC) com a altura (h) da coluna de mercúrio b) a altura da coluna quando a temperatura é de 40 ºC
Transforme 104 ºF em graus Celsius.
A estação meteorológica anuncia que durante o dia a temperatura máxima será de 35 ºC e a mínima, de 15 ºC. Determine a variação de temperatura na escala Fahrenheit.
A temperatura normal do corpo humano é de 36 °C. Qual é o valor dessa temperatura expressa nas escalas Kelvin e Fahrenheit?
(PUC-PR) dois termômetros graduados em Celsius e Fahrenheit medem, simultaneamente, a temperatura de um vaso com água quente. Se os termômetros acusam uma diferença de 50 graus na leitura, qual a temperatura da água em °C?
(Mack-SP) Dispõe-se de um termômetro calibrado numa escala arbitrária que adota – 10 °X para a temperatura 10 °C e 70 °X para a temperatura 110 °C. Com este termômetro mediu-se a temperatura de uma cidade que registra, no momento, 7 °F. Determine essa medida em °X.
(Vunesp-SP) Sêmen bovino para inseminação artificial é conservado em nitrogênio líquido que, à pressão normal, tem temperatura de 78 K. Calcule essa temperatura em:
a) graus Celsius (°C) b) graus Fahrenheit (°F)
(ESPM-SP) Uma emissora local anunciou que a temperatura na região oeste dos Estados Unidos era
7 °.Percebendo que a temperatura estava em graus. Fahrenheit, anunciou, novamente, dando a temperatura em graus Celsius. Qual a temperatura anunciada?
(CESGRANRIO-RJ) A temperatura de ebulição do nitrogênio, sob pressão normal, é 7 K. Na escala Celsius essa temperatura se escreve:
(U.E.CE) Uma menina chamada Aline vai para o Chile e lhe informam que, nesse país, em janeiro, a temperatura média é de 64,4 °F. Na escala Celsius, o valor correspondente é:
(FEI-SP) No verão os termômetros de Dakar marcaram uma temperatura máxima t = 95 °F. Qual é esta temperatura na escala Celsius?
(UNIMEP-SP) Aquecer um determinado corpo de 45 °F a 180 °F (escala Fahrenheit) equivale, na escala Celsius, a uma variação de temperatura igual a:
(FIC Brasilia-DF) Quando um termômetro graduado na escala Celsius sofrer uma variação de 32 graus em sua temperatura, qual será a correspondente variação de temperatura para um termômetro graduado na escala Kelvin?
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(UF-RS) Um termômetro foi graduado segundo uma escala arbitrária X de tal modo que correspondam 20 °X e 70 °X a 0 °C e 100 °C, respectivamente. A temperatura de 50 °C corresponde a:
(PUC-SP) Um médico inglês mede a temperatura de um paciente com suspeita de infecção e obtém em seu termômetro clínico o valor de 102,2 °F (graus Fahrenheit).
a) tem ele motivo de preocupação com o paciente? Justifique. b) por que um doente com febre sente frio? Responda e defina também o conceito físico de calor.
(PUC-SP) Na escala Fahrenheit, sob pressão normal, a água ferve na temperatura de: a) 80 °F b) 100 °F c) 148 °F d) 212 °F e) 480 °F
(F.M.Pouso Alegre-MG) O termômetro Celsius (centígrado) marca t na temperatura do gelo fundente e 100 na temperatura de ebulição da água, sob pressão normal. O termômetro Fahrenheit marca 32 e 212, respectivamente, nessas temperaturas. Quando o termômetro Celsius marcar 40 °C, o Fahrenheit marcará:
(Fuvest-SP) A televisão noticia que a temperatura em Nova Iorque chegou aos 104 graus (naturalmente 104 graus Fahrenheit). Converta para graus Celsius.
(Unimep-SP) Numa das regiões mais frias do mundo, o termômetro indica – 76 ° F. Qual será o valor dessa temperatura na escala Celsius?
(Fesp) Ao medir a temperatura de um gás, verificou-se que a leitura era a mesma, tanto na escala Celsius como na Fahrenheit. Qual era essa temperatura?
(Unimep-SP) Mergulham-se dois termômetros na água: um graduado na escala Celsius e o outro na
Fahrenheit. Espera-se o equilíbrio térmico e nota-se que a diferença entre as leituras nos dois termômetros é igual a 92. A temperatura da água valerá, portanto:
a) 28 °C; 120 °Fd) 75 °C; 167 °F
b) 32 °C; 124 °Fe) nenhuma das anteriores
(U. Mackenzie-SP) A indicação de uma temperatura na escala Fahrenheit excede em 2 unidades o dobro da correspondente indicação na escala Celsius. Essa temperatura é:
(FEI-SP) Uma diferença de temperatura de 100 °C equivale a: a) 112 °F b) 212 °F c) 180 °F d) 132 °F e) 68 °F
(U. Mackenzie-SP) Um corpo apresenta acréscimo de temperatura de 20 °C. O acréscimo de temperatura desse corpo é expresso na escala Fahrenheit por:
(U. Mackenzie-SP) Dispões-se de um termômetro calibrado numa escala arbitrária que adota –10 °X para a temperatura 10 °C e 70 °X para a temperatura de 110 °C. com esse termômetro, mediu-se a temperatura de uma cidade que registra, no momento, 7 °F. Essa medida foi de:
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(F. São Luiz-SP) Sabe-se que a temperatura de liquefação do hidrogênio é “muito baixa”. Dos valores apresentados abaixo o mais provável é:
(FESP) No texto de uma revista cientifica: “Em Plutão, o planeta mais afastado do Sol, a temperatura vai a 380 graus abaixo de zero”. O autor, embora não tenha declarado qual a escala termométrica utilizada, certamente se refere, para a temperatura mencionada, à escala:
a) Kelvin b) Celsius c) Fahrenheit d) diferente das anteriores, pois o valor não é compatível com nenhuma das três escalas citadas.
(UFPA) Em um certo instante a temperatura de um corpo, medida na escala Kelvin, foi de 300 K.
Decorrido um certo tempo, mediu-se a temperatura desse mesmo corpo e o termômetro indicou 68 °F. A variação de temperatura sofrida pelo corpo, medida na escala Celsius, foi de:
(Fatec-SP) Certa escala termométrica adota os valores – 20 °E e 280 °E, respectivamente, para os pontos de fusão do gelo e ebulição da água, sob pressão de 1 atm. A fórmula de conversão entre essa escala, e a escala Celsius é:

a) tE = tC + 20 c) tE = 3tC – 20 e) tE = 3tC b) tE = tC – 20 d) tE = 3tC + 20
(PUC-RS) Duas escalas termométricas quaisquer, X e Y, relacionam-se conforme o diagrama ao lado. O valor tY na escala Y que corresponde a 50 graus na escala X é:
(U. Mackenzie-SP) Um termômetro defeituoso está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °F para o ponto de gelo e 214 °F para o ponto de vapor. Nesse termômetro a única temperatura medida corretamente corresponde a:
(UECE) Comparando-se a escala E de um termômetro com a escala C (Celsius), obteve-se o seguinte gráfico de correspondência entre as medidas. Quando o termômetro Celsius estiver registrando 90 °C, o termômetro E estará marcando:

A importância da administração financeira da empresa

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras da empresa. O objetivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais. No entanto, é muito comum que empresas deixem de realizar uma adequado gestão financeira.  
Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados.
A falta da administração financeira adequada pode causar os seguintes problemas:
- Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas;
- Não saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, porque não é elaborado o demonstrativo de resultados;
- Não calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e despesas;
- Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volume e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa;
- Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não é elaborado o balanço patrimonial;
- Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não é estabelecido um valor fixo para a remuneração dos sócios;
- Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque o ciclo financeiro de suas operações não é conhecido;
- Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).

Muitas empresas do setor têxtil e confecções começam com pessoas que trabalham ou trabalharam em outras empresas da área, ou que têm habilidades e conhecimento de produção. Isso acontece também em outros setores da economia. Poucas pessoas têm experiência em administração financeira, e isso interfere nos resultados. Muitas vezes, as atividades são iniciadas com pequena dimensão e, conforme os negócios se desenvolvem, a administração financeira não acompanha o crescimento da empresa porque os gestores não têm conhecimentos necessários nesta área de gestão e se envolvem excessivamente com a produção.
As principais funções da administração financeira são:
- Análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias;
- A boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
- Crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos;
- Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;
- Contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais;

As primeiras providências que a empresa deve tomar em relação às finanças são:
- Organizar os registros e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente controlados.
- Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e recebimentos.
- Controlar o movimento de caixa e os controles bancários.
- Classificar custos e despesas em fixos e variáveis.
- Definir a retirada dos sócios.
- Fazer previsão de vendas e de fluxo de caixa.
- Acompanhar a evolução do patrimônio da empresa, conhecer lucratividade e rentabilidade.

Objetivos da Administração Financeira

A Administração Financeira ou Finanças, como quase toda ciência, traz em seu escopo as mudanças do mundo contemporâneo. Suas técnicas, métodos quantitativos e estrutura conceitual vêm sendo ampliada, o que aumenta sua relevância para as organizações. Por outro lado, o administrador financeiro passou a ser mais exigido, o que ocasionou a necessidade de especialização e atualização perene.
A Administração Financeira enquanto ciência pode ser subdividida em três grandes segmentos: Finanças Corporativas, Mercado Financeiro e Finanças Pessoais, conforme visualização abaixo:
Finanças Corporativas, objeto desse artigo, estuda os processos e tomadas de decisão nas empresas. O segmento de Mercado Financeiro debruça-se sobre os comportamentos dos mercados, seus diferentes títulos e valores mobiliários negociados, bem como as instituições que atuam nesse segmento. Finanças Pessoais, por sua vez, estuda os financiamentos e investimentos da pessoa física e suas relações com o Mercado Financeiro. 
O administrador financeiro, diante da complexidade do mundo empresarial, precisa de uma visão holística da empresa e de seu relacionamento com o ambiente externo. Pois, o conhecimento de técnicas e métricas financeiras isoladas se mostra insuficiente, sendo necessária uma abertura para valores e informações estratégicas.
O administrador financeiro moderno precisa de uma visão integral da organização para detectar oportunidades e ameaças, tanto internas, quanto externamente. Também é imprescindível a capacidade de analisar dados e informações e fazer inferências acerca dos comportamentos e ações futuros.
Administrar é, em última análise, decidir. Todo administrador financeiro deve ser um especialista em tomar decisões acertadas. A continuidade (sobrevivência) de uma empresa é diretamente dependente da qualidade das decisões tomadas por seus administradores. Daí a importância de se combater o amadorismo na gestão financeira, contratando administradores financeiros profissionais, atualizados e especializados para melhorar a qualidade das decisões financeiras e garantir a continuidade da organização e geração de riqueza aos acionistas.
O processo de tomada de decisão vem assumindo complexidade e risco cada vez maior no ambiente empresarial brasileiro. As elevadas taxas de juros, carga tributária, o reduzido volume de crédito de longo prazo, as variações inflacionárias, bem como intervenções estatais na economia, alterando as regras de mercado, exigem capacidade analítica e crítica dos administradores financeiros.

Responsabilidades da Administração Financeira


A administração Financeira é uma ciência que objetiva, basicamente, determinar o mais eficiente processo empresarial de captação de recursos e alocação de capital. Nesse contexto, é necessário levar em conta a problemática da escassez de recursos e a realidade operacional e prática das organizações. Entretanto, não basta apenas captar e alocar capital, é necessário administrar os recursos para gerar resultados financeiros e econômicos, o que garante a continuidade da empresa e cria valor aos seus acionistas (proprietários).
A criação de valor é o objetivo máximo da Administração Financeira. O conceito de criar valor é focado no acionista (proprietário). O objetivo é fazer com que o ganho dos investimentos (toda empresa é um investimento) seja superior ao seu custo de financiamento. Em outros termos, a criação de valor ocorre quando o retorno de seus ativos é maior que o custo total de seus passivos e patrimônio líquido. Entretanto, um ganho de investimento superior ao custo de financiamento, por si só, não indica criação de valor. A real criação de valor só ocorre quando os ganhos superam o custo de financiamento e o custo de oportunidade (em termos de oportunidade de investimento renunciada). 
Criar valor é uma responsabilidade do administrador financeiro que vêm sendo cada vez mais exigida diante do mercado globalizado e da concorrência acirrada. A criação de valor exige atenção e cuidado redobrado na interpretação e uso de modelos matemáticos de avaliação financeira. Em verdade, o administrador financeiro deve ser um especialista em Finanças e Controladoria, pois as decisões financeiras que envolvem o levantamento e aplicação de recursos requerem, atualmente, elevado conhecimento e especialização, além de uma visão holística, estratégica e sinérgica com relação ao futuro da empresa. 
Diante da crescente complexidade do mercado empresarial, o administrador financeiro não deve ficar restrito apenas ao departamento financeiro. As decisões financeiras devem levar em consideração a empresa como um todo. Em outros termos, todas as atividades empresariais devem ser avaliadas em termos econômicos e financeirospois o resultado econômico e financeiro de uma empresa é consequência de todas as decisões e ações empresariais.
Em suma, a Administração Financeira deve apresentar uma postura questionadora do comportamento do mercado em geral e da empresa para possibilitar a tomada de decisão empresarial correta. Essa postura facilita o incremento de bases lógicas e completas dos fenômenos financeiros, o que amplia sua esfera de atuação e importância. 

Funções Financeiras

A Administração Financeira, no ambiente empresarial, volta-se essencialmente para as seguintes funções:
1) Planejamento Financeiro: evidenciar a necessidade de crescimento da organização; identificar problemas e desafios futuros; selecionar ativos rentáveis e condizentes com a empresa; estabelecer rentabilidade mínima dos ativos; 
2) Controle Financeiro ou Controladoria: acompanhar e avaliar o desempenho financeiro da empresa; analisar desvios dos indicadores financeiros (há pelo menos 200 deles), comparando o previsto com o realizado; definir medidas corretivas básicas; implementar medidas corretivas; verificar eficácia;
3) Administração de Ativos: estabelecer a melhor estrutura em termos de risco e retorno dos ativos; acompanhar defasagens entre entradas e saídas (fluxo de caixa, gestão do capital de giro);
4) Administração de Passivos: gerencia estrutura de capital (financiamentos) da organização; garantir a estrutura de capital mais eficaz em termos de liquidez, risco financeiro e redução de custos.
De maneira simplificada, independentemente da natureza da atividade operacional praticada, a organização é tomadora de duas grandes decisões: decisão de investimento, ou seja, aplicação de recursos; e decisão de financiamento, ou seja, captação de recursos. 
A decisão de dividendos engloba a alocação do resultado liquido da empresa, normalmente inclusa na área de financiamento, pois representa uma alternativa para financiar suas atividades. Dividendo envolve distribuir parte do lucro aos acionistas ou manter esses recursos retidos, com o objetivo de lastrear seus negócios, considerando sempre o custo de oportunidade. 
Para uma empresa, a tomada de decisão financeira é um processo contínuo e inevitável. Das três decisões (de investimento, de financiamento e de dividendos), a decisão de investimento é considerada a mais importante, pois envolve a identificação, avaliação e seleção da melhor opção de alocação de recursos capaz de auferir o maior resultado econômico futuro. A decisão acertada não é aquela que gera um resultado econômico futuro, mas a que gera o maior resultado econômico futuro possível. Entretanto, a decisão de investimento sempre envolve um risco, pois há um grau variável de incerteza com relação à realização futura de lucros, o que demanda estudos probabilísticos e estatísticos para a avaliação da relação risco-retorno. 
Criar valor é o objetivo último da decisão de investimento. A criação de valor ocorre quando o retorno do investimento excede a taxa de retorno exigida pelos credores e acionistas, ou seja, o custo de capital. A decisão de investimento deve levar em consideração o planejamento estratégico (plano futuro para a condução da empresa), em busca da manutenção da continuidade e viabilidade do negócio. 
Outro importante elemento a ser levado em consideração é a taxa de retorno exigida pelos proprietários (o quantum o empresário quer ter de lucro). A Administração e, por conseguinte, a Administração Financeira, é uma ciência voltada para objetivos. Não se trata de administrar por administrar, mas sim administrar por uma meta, por um objetivo. Os objetivos devem ser mensurados e enquadrados numa dimensão temporal, isto é, devemos saber o quanto a empresa pretende obter de lucro e em quanto tempo ela pretende realizar esse objetivo. 
A decisão de financiamento, por sua vez, objetiva o menor custo de capital possível. Esse custo de capital reduzido é obtido quando escolhemos as melhores fontes de financiamento e estabelecemos a melhor proporção entre capital de terceiros e capital próprio. Fazemos isso por meio de modelos matemáticos (ponto de equilíbrio, alavancagem, etc.). A decisão de financiamento busca preservar a capacidade de pagamento (viabilidade financeira) e a capacidade de auferir ganhos superiores aos seus custos (viabilidade econômica). Em outras palavras, as decisões de financiamento devem adequar o passivo aos parâmetros de rentabilidade e liquidez da aplicação desses recursos.

Riscos inerentes às decisões financeiras

As decisões financeiras devem considerar o risco econômico com base no lucro operacional (resultado gerado pelos ativos antes das despesas financeiras), e o risco financeiro, isto é, o custo de captação de capital de terceiros e o custo do capital próprio.
O resultado operacional é consequência exclusiva dos ativos da empresa, ou seja, é o retorno oriundo das decisões de investimento. Com base nele, avaliamos o grau de atratividade econômica do empreendimento e suas condições de continuidade. O resultado operacional evidencia o resultado do empreendimento, ou seja, da atividade principal da organização. Como é calculado antes da dedução das despesas financeiras, seu valor não é influenciado pela forma como os ativos são financiados.
A viabilidade de um empreendimento pode ser:
a) Econômica: relação retorno / custo total dos recursos aplicados. A viabilidade econômica ocorre quando o lucro operacional é maior que o custo total de capital da empresa.
b) Financeira: sincronia entre capacidade de geração de caixa e o fluxo de desembolsos. Quando a sincronia é perdida, surge o desequilíbrio financeiro resultante de decisões de investimento incompatíveis com as decisões de financiamento.
De maneira similar à viabilidade, os riscos das decisões financeiras também podem ser econômicos e financeiros:
a) Risco econômico: refere-se diretamente a atividade operacional da organização e seu mercado. Independe da forma como a empresa é financiada e envolve sazonalidade, tecnologia, alterações na demanda, variações macroeconômicas, etc.
b) Risco financeiro: refere-se diretamente as decisões de financiamento, e envolve liquidez e solvência. Empresas com baixo endividamento apresentam reduzidos riscos de financiamento. Entretanto, algum grau de endividamento é necessário, pois permite alavancar os resultados.
O risco total da organização e de seu valor de mercado envolve o desempenho dos riscos financeiros e econômicos. Esses riscos não são independentes, uma vez que uma decisão pode afetar a outra. De forma pragmática, pode se dizer que objetivo da Administração Financeira é estabelecer o equilíbrio na relação risco-retorno de suas decisões que possibilite máxima rentabilidade a um nível de risco com o fito de maximizar o valor de mercado da empresa.

O objetivo da empresa no contexto da Administração Financeira
O processo de tomada de decisão financeira deve começar pela definição, por parte da empresa, do objetivo a ser perseguido, de forma que o processo de decisão seja totalmente orientado para a escolha do melhor curso de ação que permita a consecução dos objetivos pretendidos. O objetivo permite, ainda, avaliar o grau de eficácia das decisões tomadas em relação aos resultados obtidos.
Atkinson (2011) classifica os objetivos empresariais em primários e secundários: 
a) Objetivos primários: Nas empresas privadas é o lucro e a riqueza de seus proprietários. Nas organizações sem fins lucrativos e governo, são objetivos multidimensionais geradores de bem estar social.
b) Objetivos secundários: São os meios que levam ao atingimento dos objetivos primários. Qualidade, satisfação do cliente, inovação, qualificação de funcionários, posição competitiva no mercado, produtividade, eficiência, qualidade da administração, competitividade no mundo globalizado, responsabilidade pública e social da empresa, responsabilidade ambiental, etc. Os objetivos secundários nada mais são que meios para se atingir os objetivos primários.
O ponto de partida, portanto, é o retorno exigido pelos proprietários da empresa. Num sistema de livre empresa em uma economia de mercado, o empresário deve buscar maximizar sua riqueza, pois ao fazê-lo ele possibilita a realização dos objetivos da sociedade como um todo. Desta forma, o propósito de maximização da riqueza (bem estar econômico) dos proprietários é totalmente coerente com o objetivo da Administração Financeira: criar valor.

Medição do objetivo da Administração Financeira

A Administração Financeira, com o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários da empresa, deve dedicar-se a avaliação da empresa e das decisões financeiras em termos de seu impacto na criação de valor. O propósito de criar valor pode ser desmembrado em subobjetivos:
I. Maximizar o lucro: O lucro é uma boa medida de eficácia organizacional. Entretanto, está sujeito a diversas restrições e questionamentos. O lucro é determinado por princípios contábeis amplamente aceitos, não evidenciam a capacidade de pagamento da organização, pois se baseia no regime de competência, e não no de caixa. Outra crítica é que o lucro contábil não mensura o risco inerente à atividade empresarial, pois as projeções não levam em consideração o risco de variações nos fluxos de rendimento. O lucro, portanto, é uma (e não a única) das medidas de desempenho das empresas. 
II. Maximizar o valor de mercado da empresa: O valor de mercado é considerado um dos melhores critérios para a tomada de decisões financeiras. De fato, os benefícios operacionais podem ser expressos em termos de fluxo de caixa, que devem ser descontados a valor presente mediante uma taxa mínima de atratividade. Essa taxa deve refletir a remuneração mínima aceitável para os acionistas diante do risco assumido. Duas variáveis são determinantes para o cálculo do valor de mercado da empresa: o retorno de caixa esperado e a taxa de oportunidade envolvida. O que importa aqui é a capacidade de gerar resultado futuro, e não o histórico de resultado acumulado. Portanto, o objetivo é promover a maximização do valor de mercado da ação da empresa.
III. Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento: A elevação da riqueza do acionista é conseguida mediante incremento no valor econômico da ação da empresa, o que constitui o objetivo principal das empresas. Esse processo envolve a detecção de oportunidades, e a implementação de avanços na gestão, tecnologia e inovação. 
O objetivo de geração de riqueza (objetivo primário) não deve ser visto de forma isolada, mas sim como consequência da consecução dos objetivos secundários. Modernamente, as empresas devem incorporar objetivos ambientais e sociais, visando atender aos anseios da sociedade, o que possibilita a sustentabilidade empresarial.
A sustentabilidade é alcançada quando a empresa busca atender ao conjunto dos seusstakeholders (partes interessadas) com transparência e ética. Desta forma, a sustentabilidade e a maximização da riqueza contribuem para preservar os recursos ambientais e culturais e reduzir a desigualdade social. 

Conclusões

A Administração Financeira, ao buscar maximizar a riqueza econômica dos acionistas, é perfeitamente coerente com os objetivos das empresas. Uma empresa deve ser lucrativa o suficiente para remunerar adequadamente o capital investido. Ao fazê-lo, a organização garante sua continuidade, eleva suas expectativas de crescimento, gera empregos e trabalhos sociais. 
Não há, portanto, qualquer conflito entre o objetivo da empresa e os objetivos da sociedade. O empresário, em busca do bem estar econômico, contribui para a elevação do número de participantes no mercado, elevação do PIB (soma de tudo o que é produzido no país), aumento na arrecadação tributária, nível de emprego, melhoria de indicadores macroeconômicos e etc. 
Outra vantagem da busca contínua pela maximização da riqueza é o incremento na eficiência das empresas. Em outros termos, para gerar riqueza é necessário racionalizar custos, melhorar a qualidade dos produtos e serviços, o que beneficia significativamente os consumidores.

A importância e a responsabilidade da gestão financeira na empresa

                                                                                                                                                        Fonte


Profa.Ângela ChengI; Profa. Márcia Martins MendesII
IProfessora do Departamento de Contabilidade e Atuaria da Faculdade de economia e administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP)
IIProfessora do Departamento de Contabilidade e Atuaria da faculdade de Economia e administração da Universidade de São Paulo(FEA / USP)



RESUMO
A empresa vista como um sistema aberto, possui uma missão, um modelo de gestão, uma estrutura organizacional, um processo de planejamento e controle e um sistema de informações, que se interrelacionam buscando atingir a eficácia.
Entendemos como modelo de gestão os princípios de administração que influenciarão o processo decisório, a estrutura organizacional e o sistema de informações.
Tendo sido definido os princípios, a empresa passará a delinear sua estrutura organizacional coerentemente com seu processo de decisão.
Para avaliarmos o desempenho dos gestores acreditamos que a empresa deva ser dividida em áreas de responsabilidade. E de acordo com a necessidade, subdivididas em unidades de acumulação (centro de custos, resultados e investimentos).
Para dar suporte ao processo decisório a empresa deve estruturar adequadamente o sistema de informações que, a margem de contribuição, preço de transferência e custo de oportunidade. Dentro deste contexto enfocamos a gestão financeira, pois entendemos que este é um aspecto importante e que, se bem conduzido, poderá contribuir para a eficácia gerencial.
Gestão Financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos monetários derivados da atividade operacional, em termos de suas respectivas ocorrências no tempo. Entretanto que ela não é função exclusiva do gestor da... "Área financeira", mas de todos os gestores das diversas áreas de responsabilidade.
Propusemos, então, um mecanismo capaz de mensurar o resultado de cada área pela gestão financeira. Neste mecanismo cada área seria vista como uma empresa, tendo seu planejamento e controle financeiro, assim como relatórios, possibilitando avaliar adequadamente o desempenho dos gestores.
Entendemos que os gestores devem ser avaliados somente por aquilo sobre o que têm responsabilidade e autoridade e, neste sentido, tratamos o custo de oportunidade como um item efetivo de custo. Pois, sendo este o valor da melhor oportunidade desprezada nas mesmas condições de risco, é o retorno mínimo desejado pelos acionistas.
Sob este enfoque de avaliação da gestão financeira, acreditamos que os gestores terão mais informações para a tomada de decisão e, portanto, menor risco de erro, dando mais um passo para atingir a eficácia gerencial e contribuindo para o crescimento da Empresa.



1. QUADRO REFERENCIAL BÁSICO
Estamos pressupondo um contexto em que uma dada empresa tem definidos sua missão e um dado modelo de gestão e, além disso, caracteriza-se como um sistema aberto.
A partir do modelo de gestão, que deve considerar a missão determinada ou principal gestores da empresa, define-se uma estrutura organizacional, os contornos de um processo de tomada de decisão (Processo de planejamento e controle) e de um sistema de informação que o apóia.


No modelo de gestão devem estar definidos os princípios de administração da empresa, ou seja, o conjunto de regras básicas que orientam a gestão. Definição de indicadores de desempenho, grau de centralização ou descentralização, nível de controle são exemplos importantes de diretrizes que devem ser aqui determinados.
A estrutura organizacional deve ser um elemento facilitador de consecução da missão, dados os processos de tomada de decisões. Assim, em função do modelo de gestão, os seguintes aspectos essenciais da estrutura organizacional precisam ser definidos. Grau de Centralização ou descentralização, amplitude de controle, natureza da divisionalização (Centros de custos, resultados, investimentos).
Entendemos que para uma gestão atingir seus objetivos de forma satisfatória, a estrutura da empresa deve ser
- Descentralizada;
- O Controle deve ser exercido em cada área de responsabilidade, entendida esta como unidades administrativas, as quais possuem gestores com funções, responsabilidades e autoridades claramente definidas e compatíveis entre si;
- Em termos de acumulação, deve estar dividida em três tipos de unidades: centros de custo, centros de resultados e centros de investimento, sendo utilizados de acordo com a necessidade de avaliação.
O processo decisório diz respeito às etapas do ciclo de planejamento e a seleção entre alternativas de curso de ação futura tendo em vista um determinado cenário esperado.
O planejamento costuma ser dividido em estratégico e operacional. O planejamento estratégico define as diretrizes, definidas planas, políticas e objetivos planejados os gestores necessitam exercer controle. O objetivo do processo de controle é detectar desvios dos planos e, em função disso, viabilizar a implantação de ações corretivas. Todo processo decisório da empresa está apoiado num elemento de fundamental importância, que é o sistema de informação.
Sistema de informação é basicamente um conjunto de subsistemas de informações que integrarem na consecução de um objetivo comum, que é fornecer eficientemente informações úteis aos seus usuários. Assim sendo, informações são dados que foram selecionados e organizados, tornando-se relevantes e úteis para os tomadores de decisão.
Para fins deste trabalho trataremos do usuário interno à empresa, ou seja, daqueles que necessitam da informação para gerir adequadamente os recursos disponíveis em suas atividades.
O sistema de informações deve ser elaborado visando atender as necessidades dos gestores, tomadores de decisão e neste sentido acreditam que deva ser estruturado com conceitos de avaliação que permitam medir resultados e avaliar desempenhos de forma adequada. Alguns destes conceitos, a nosso ver, seriam:
- Custeio variável: a utilização de métodos de custeio variável para a apropriação dos custos nos centros de acumulação apóia-se na idéia de analisar os custos em função do seu comportamento, ou seja, somente os custos variáveis (diretamente relacionados com o nível de produção) são atribuídos aos produtos e serviços.
- Margem de contribuição: Os resultados de uma área podem ser analisados através da demonstração (receitas, custos e despesas variáveis). A Margem de contribuição propícia a Análise e tomada de decisão em nível de produtos, divisões, filiais e outros, possibilitando ainda, uma clara visão sobra à formação dos resultados totais.
Preço de transferência: pode ser definido como o valor da mensuração das transações que ocorrem entre as unidades administrativas de uma empresa. Através da utilização do conceito de preço de transferência é possível medir resultados de cada área para melhor avaliar o retorno sobre os recursos investidos.
- Custo de oportunidade: Entendido este como valor da melhor oportunidade desprezada, nas mesmas condições de risco e deve ser encarado como item efetivo de custo.
Em resumo, temos que a partir do modelo de gestão definem-se uma estrutura organizacional e o processo decisório, que devem ser suportados por um adequado sistema de informações. Além disto cada área de responsabilidade deve organizar-se, ter o seu planejamento e o seu controle, de forma que atinja seus objetivos e conduza a empresa a alcançar os melhores resultados possíveis. Portanto, para que a empresa consiga ser eficaz é necessário que todas as áreas participem com os seus melhores esforços.
Analisamos, em seguida, um dos principais fatores que influenciam a eficácia gerencial, qual seja, a gestão financeira.

II-GESTÃO FINANCEIRA E MECANISMO DE MENSURAÇÃO PROPOSTO
Gestão financeira pode ser definida como a gestão dos fluxos Monetários derivados da atividade operacional da empresa, em termos de suas respectivas ocorrências no tempo. Ela objetiva encontrar o equilíbrio entre a "rentabilidade" (maximização dos retornos dos proprietários da empresa) e a "liquidez"(que se refere à capacidade de a empresa honrar seus compromissos nos prazos contratados). Isto é, está implícita na necessidade da Gestão financeira a busca do equilíbrio entre gerar lucros e manter caixa.
Assim sendo, pode-se dizer que a gestão financeira esta preocupada com a administração das entradas e saídas de recursos monetários provenientes da atividade operacional da empresa, ou seja, com a administração do fluxo de disponibilidade da empresa.
Vejamos inicialmente como o fluxo de caixa da empresa é tradicionalmente apresentado (Figura 1). Ele constitui-se de colunas verticais referentes ao tempo (dias, meses, anos, etc.) e contas colocadas na horizontal, representativas dos diferentes tipos de entradas e saídas de dinheiro da empresa. Além dessas contas, dispõe-se na horizontal o saldo:
- Inicial: Refere-se ao saldo remanescente do período imediatamente anterior ao analisado (dia, mês, ano, etc.)
- Disponível: resulta da soma do salto inicial e o total de entradas, portanto é igual ao total que a empresa dispõe no momento para fazer face ás saída de caixa necessárias.
- Final: é o resultado da subtração, saldo disponível menos total das saídas.
Obrigatoriamente os três tipos de saldo devem ser positivos, dado que já se incluem nas entradas as operações financeiras (empréstimos/financiamento).
Usualmente entende-se que o responsável pelo planejamento, operacionalização e controle do fluxo (receitas, despesas financeiras) é o gestor da área financeira. Entendemos ser esta uma visão simplista e equivocada do problema. Dado que o fluxo caixa nada mais é do que a distribuição no tempo de todas entradas e saídas de numerário geradas pelas atividades da empresa, conclui-se que o gestor da área financeira absolutamente não pode ser o único responsável por ele. Cada gestor das diversas áreas da empresa divide esta responsabilidade com o gestor financeiro a partir do momento em que cada decisão tomada impacta de alguma forma o fluxo de caixa.
Pode-se visualizar melhor o problema, simplesmente alterando a forma de disposição das contas dos fluxos, como pode ser visto na (figura 2).
Tendo em vista o que foi exposto acima, pode-se dizer que todos os gestores devem ser avaliados pelos seus envolvimentos com a gestão financeira.
Na tentativa de melhor explicar o que foi dito até aqui, vamos relembrar o conceito de "ciclo de caixa".
O ciclo de caixa é o "período de tempo que vai do ponto em que a empresa faz um desembolso para adquirir matérias-primas, até o ponto em que é recebido o dinheiro da venda do produto acabado, feito com aquelas matérias primas".(1)
(1) Gitman, Laurence J. - "Princípios de Administração Financeira"-Harbia Editora, 1.978


Assim o esquema do ciclo de caixa da empresa seria:


Observando o ciclo de caixa, visualiza-se que o montante de dinheiro em circulação, os prazos e os custos do dinheiro são importantes variáveis para analise da gestão financeira. E para que esta seja eficaz é necessário que as três variáveis sejam administradas de modo a atingir os melhores resultados possíveis.
O fato de haver um montante de dinheiro disponível representa um custo que deve também ser coberto pela receita de vendas. Esse custo diz respeito à remuneração do capital utilizado, seja de terceiros ou próprio.
Toda e qualquer decisão que afete uma dessas variáveis está impactando o fluxo de caixa e os resultados financeiro e econômico da empresa. Exemplificando, podemos dizer que, se a área de compras conseguir um prazo maior ou conseguir um desconto maior estará afetando positivamente o fluxo de caixa. Se a área de vendas conseguir diminuir o prazo dado aos clientes, estará influenciando positivamente o fluxo de caixa. Se a área de produção diminuir o tempo de produção ou aumentar a sua eficiência no consumo de insumos, também estará proporcionando melhores resultados.
Portanto, é necessário mensurar, avaliar e controlar essas influências de acordo com as responsabilidades, tendo em vista a consecução da eficácia da gestão financeira.
Assim sendo, acredita-se que para a gestão financeira ser eficaz é necessário que sejam feitas mensurações nas unidades contábeis de acumulação e consolidadas, de modo a identificar, os valores relativos a cada área de responsabilidade, visando à avaliação de seus gestores.
Há três áreas na empresa que merecem atenção especial, visto desempenharem funções de captação e aplicação de recursos São elas: área financeira, compras e vendas.
- Área financeira: Entende-se que sua função é administrar o fluxo de recursos monetários da empresa suprindo as necessidades e aplicando os excedentes, além de suas atividades de cobrança e tesouraria.
- Área de compras: A área de compras pode ser entendida como um captador de recursos monetários quando ao negociar prazos com fornecedores, propicia ou não à área financeira um "empréstimo" a uma determinada taxa.
- Área de vendas: vendas, por sua vez, funcionam como um aplicador na empresa, ao conceder prazos aos clientes. Pode-se pensar que, ao invés de realizar uma aplicação no mercado financeiro, a empresa aplica as contas a receber.
Pode-se então imaginar que cada área de responsabilidade funciona como uma pequena empresa.
Cada área possui seus ativos, recebes os insumos necessários, processa-os de modo a gerar produtos e/ou serviços acabados (do ponto de vista da área, podendo não ser acabado em termos da empresa), que serão repassados a clientes ou às outras áreas.
Seguindo este raciocínio, cada área de responsabilidade deverá ter seu próprio orçamento e respectivos demonstrativos contábeis, através da subdivisão da área em unidade de acumulação (Centros de custo, resultados e/ou investimentos) e sua consolidação.
Desta forma, se cada área é uma pequena empresa há também um fluxo de caixa e resultados derivados da gestão financeira, que devem ser planejados e controlados, então para haver uma gestão financeira eficaz, a empresa deve reconhecer que ela é responsabilidade de todas as áreas e não só da área financeira. E sendo assim todas as áreas devem planejar e controlar seus recursos de forma que os parâmetros básicos da gestão financeira (montante de dinheiro, prazo e custo de capital) sejam bem administrados.
Para que a empresa consiga mensurar e avaliar a gestão financeira de forma adequada, pode-se imaginar cada área como uma empresa com seu orçamento e demais relatórios contábeis. Estes dados serão acumulados em centros de custo, resultado ou investimento e deverão ser consolidados e uma área de responsabilidade, para que se possa avaliar o desempenho do gestor.
É de fundamental importância que estes dados sejam informados de forma objetiva, clara e oportuna, a fim de dar o suporte adequado às tomadas de decisão e estas consigam auxiliar o crescimento da empresa.
Sugere-se abaixo um mecanismo de mensuração da gestão financeira de cada área.
MECANISMO DE MENSURAÇÃO
Para facilitar o raciocínio no desenvolvimento do mecanismo de mensuração, consideramos a utilização de uma moeda de poder aquisitivo constante. Na empresa as áreas de responsabilidade terão um fluxo de caixa e resultados derivados da gestão financeira, os quais devem ser planejados e controlados.
Sendo a área uma empresa, a cada instante de incursão de recursos a área deveria efetuar um pagamento. Mas como poderia faze-lo se seu único recebimento se daria no instante da venda (supondo que as áreas devam efetuar todas as compras e vendas a vista)?
O fluxo de caixa da área de responsabilidade seria algo como:


Pode-se acoplar a esta idéia o fato de que existe um custo financeiro relativo a um determinado montante de recursos monetários mantidos à disposição das atividades produtivas da empresa. O custo financeiro é diretamente proporcional às três variáveis: Valor, tempo e taxa.
Este custo financeiro pode ser definido como o custo do capital alocado à empresa (próprio + terceiros). Assim os resultados de cada área deverão ser analisados, incluindo-se o custo do capital empregado.
Dentro da idéia que cada área é uma empresa, ela necessita de empréstimos para suprir todas as necessidades existentes no período (t0-t0), sendo que no momento t0 a área estaria apta a devolver o empréstimo.
A área financeira deve funcionar como um banco, concedendo a cada área empréstimos à taxa do custo de oportunidade do acionista, como já definimos.
A cada instante de ocorrência de entrada de recursos em cada área, será contabilizado um empréstimo em uma conta credora na área solicitante e devedora na área financeira.
É importante lembrar que todos os valores de custos devem necessariamente corresponder aos preços à vista dos bens/serviços, dados que diferenciais entre preços à vista e os a prazo, eventualmente pagos pela empresa, serão custo financeiro da área de compras.
Exemplos:
Entrada de matéria-prima na área A, no valor de R$ 250,00
Área financeira


Em decorrência da conta empréstimo da Área A, haverá uma conta de custos financeiros internos, que receberá o lançamento relativo ao tempo em que os $250,00 permanecerão à disposição da área, calculado com base na taxa cobrada pela área do produto elaborado com esta matéria prima, a área A estará apta a devolver o empréstimo, devendo o custo financeiro ser calculado até este instante.
Dissemos que a idéia de custos financeiros derivados do ciclo de caixa pode ser comparada ao custo do capital alocado.
Para fins de mensuração na empresa cabe dizer que, independentemente da composição do capital, da empresa entre terceiros e próprio, toda e qualquer operação deve ser avaliada com base no custo do capital próprio, dado que este é o retorno mínimo obrigatório esperado.
Utilizaremos dessa forma o custo-oportunidade, servindo para avaliar a gestão financeira e completando os itens de custo dos produtos.
A área A desta forma terá inserido em seus custos um item a mais que intitulamos de custo financeiro interno e que equivale ao custo-oportunidade do acionista.
Este custo poderá, se bem identificado, ser alocado diretamente aos produtos, visto que para cada item de custo incorrido há, em contrapartida, um valor de custo financeiro interno.
O demonstrativo de resultado da área A, supondo-se que seja produzido apenas um produto X, poderá ser apresentado da seguinte forma:
Demonstrativos de resultados da área A
Receita do produto X
(-) Preço de transferência do produto X recebido da área anterior
(-) Custo de mão-de-obra do produto X
(-) Custo de matéria-prima do produto X
(-) Custos financeiros internos do produto X
(=) Margem de contribuição do produto X na área A
(-) Outros custos da área A
(-) Outros custos financeiros internos da área A
(=) Resultado da área A
O mecanismo ilustrado é indicado para todas as áreas da empresa, sendo que as áreas de apoio mensurarão o resultado dos serviços prestados às outras áreas.
Devemos ainda acrescentar os casos particulares de compras e vendas, que como vimos funciona como captador e aplicador de recursos.
Em compras existe o caso especial de compras a prazo. Compras serão oneradas pelo valor do diferencial pelo preço à vista e o preço a prazo, mas por outro lado deverá ser beneficiado, por um valor determinado pela área financeira, pelo fato de só ter disposto do dinheiro "X" dias após a compra.
Compras deverão ser informadas pela área financeira a respeito do dinheiro no mercado financeiro (padrão de caixa), para que possa balizar suas decisões de compra à vista ou a prazo.
No caso de vendas, esta obterá os resultados do diferencial dos preços à vista e a prazo cobrado dos clientes. Em contrapartida a essa receita, será penalizada pela retenção, por um certo prazo, dos recursos alocados ao Contas a receber.
Esta forma de apuração de resultados também é valida em economias inflacionarias, podendo ser associada ao mesmo mecanismo de atualização monetária. Neste caso deverão ser registrados os valores à vista, considerando-se não somente a taxa de inflação, mas também a taxa de juros embutida nas vendas e compras a prazo.

III-Conclusão
O presente trabalho teve como preocupação básica o estudo do problema de mensuração do ambiente de Gestão Financeira.
Tendo em vista os aspectos ligados ao problema de mensuração, buscamos discutir e enfatizar a atribuição de responsabilidades pela Gestão Financeira, demonstrando que as mesmas não são exclusivas do que se costuma chamar "área financeira" mas ao contrario estão amplamente diluídas nas diferentes áreas de responsabilidade da empresa.
Para ilustrar e reforçar essa idéia, nosso argumento se apoiou no conceito do ciclo de caixa, o qual permitiu visualizar claramente a influência das diversas áreas de responsabilidade sobre o nível de recursos monetário da empresa e, por conseqüência sobre seus efeitos econômicos.
Desse modo, como forma de viabilizar a avaliação de desempenho dos diversos gestores no âmbio da Gestão Financeira, propusemos um mecanismo de mensuração onde cada área seria vista como uma empresa e, desta forma,m teria seu próprio planejamento e controle financeiro e assim se poderia separar responsabilidade e identificar resultados de forma coerente.
O Mecanismo apresentado tornou possível a separação dos resultados econômicos provocados pela gestão financeira dos resultados econômicos derivados das demais gestões (operacional e econômica).
Com a doação deste mecanismo a informação, no âmbio da Gestão Financeira, fica mais transparente. Cada gestor será cobrado por aquilo que tem responsabilidade e autoridade, ou seja, também pelo impacto que sua área causa no resultado gerado pela administração dos recursos monetários.
Consideramos importante incluirmos como item de custo o custo de oportunidade, pois sendo este o valor da melhor alternativa desprezada, nas mesmas condições de risco, entendemos que ele é o retorno mínimo desejado pelos acionistas e desta forma o resultado de cada área deverá cobrir este valor.
A Partir do momento que cada área fizer seu planejamento e controle financeiro terá seu próprio fluxo de caixa, orçamento e relatório contábeis, as informações poderão ser mais precisas e oportunas, auxiliando na tomada de decisão, com maior grau de segurança e, portanto aumentando a eficácia gerencial e contribuindo para o crescimento da empresa.

BIBLIOGRAFIA
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Nakagawa, M. - Estudos de Alguns Aspectos de Controladoria que Contribuem para a eficácia Gerencial - Tese de Doutoramento - FEA/USP, 1.987        [ Links ]

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