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A Ciência e o Feminismo

Saiba você que o dia 8 de março não foi escolhido por acaso para ser o Dia Internacional da Mulher. No dia 8 de março de 1857, um grupo de mulheres foi às ruas para pedir melhores condições de trabalho, depois de centenas de companheiras morrerem em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova Iorque.
Depois disso, foi uma onda de movimentos para colocar a mulher também como protagonista da História, seguindo os movimentos pelo voto universal no começo do século XX e as lutas feministas da década de 60 que retomaram o projeto das mulheres pioneiras que foram em busca de direitos iguais entre homens e mulheres.
Apesar de mais de um século depois, parece que a sociedade ainda não entendeu o recado e vemos cada vez mais uma objetificação da mulher. Na Ciência, então, nem se fale... São raríssimos os exemplos que temos de mulheres cientistas. Os homens tomaram a Ciência para si e deixaram as mulheres para escanteio. Quem não conheceu a história da Rosalind Franklin, uma das parceiras na descoberta do DNA. Os homens levaram o prêmio Nobel, Franklin foi esquecida.
No Brasil não é diferente. E vou contar rapidamente a história de uma cientista brasileira incrível e também ativista dos movimentos femininos, uma das iniciadoras do movimento aqui em nosso país.
Estou falando de Bertha Lutz, filha do famoso cientista Adolfo Lutz. Bertha nasceu em 2 de agosto de 1894. Terminou seus estudos na Europa onde se formou em Ciências e também entrou em contato com os movimentos pelo voto Universal que estavam acontecendo no continente europeu e nos Estados Unidos.
Voltou ao Brasil em 1918 e logo nos primeiros dias ficou revoltada com uma coluna em um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro. O colunista dizia que os movimentos da Europa e Estados Unidos não exerciam grande influência nas mulheres brasileiras. Em resposta, Bertha escreveu um artigo chamando as mulheres a formarem uma associação para lutar por direitos iguais entre os sexos.
No ano seguinte, foi a segunda mulher aprovada em um concurso público no país e começou a trabalhar como bióloga no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Durante seis anos realizou diversas pesquisas, auxiliando o pai, Adolfo Lutz, em sua pesquisa com anfíbios, além de ter se interessado muito por botânica, sendo que seu maior trabalho durante a carreira científica foi um estudo sobre a biologia das flores da “Mangifera indica”, o famoso pé de manga.
Mas não era só de Ciência que vivia esta grande mulher. No seu retorno ao Brasil, enquanto trabalhava no Museu Nacional, decidiu entrar para a carreira jurídica e assim ingressou na Faculdade de Direito, onde se formou advogada em 1933. Isto lhe abriu as portas dentro do governo de Getúlio Vargas, onde foi responsável pela redação de diversas leis e estatutos que buscavam igualar os direitos entre homens e mulheres.
Daí para a carreira política foi um pequeno passo. Apesar de não ser eleita, ficou como suplente e assumiu o cargo quando o titular, Cândido Pessoa, morreu. No cargo de deputada, seu maior feito foi a redação do Estatuto da Mulher. O texto chegou a ser aprovado em primeira instância no Congresso Nacional, porém com a guinada do governo Vargas para uma ditadura, o Estado Novo, Bertha resolveu se afastar da política.
Apesar de longe da política nacional, Bertha continuou a rodar o mundo em sua luta pelos direitos das mulheres. Finalmente em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) decreta oficialmente o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Nesta data, o governo brasileiro aproveita para fazer uma homenagem a Bertha Lutz, que já estava muito debilitada de saúde, e a indica para representar o país na cerimônia da ONU. Este é o último ato de Bertha em favor dos direitos das mulheres. Ela acaba morrendo no ano seguinte, em 1976.
Em 2001, o Senado Federal instituiu o Diploma Bertha Lutz para homenagear mulheres de luta do nosso país.


Fonte : BiologiaTotal

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