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Astecas

Os astecas foram um dos chamados povos pré-colombianos, isto é, que se desenvolveram no continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo.


Cidade de Teotihuacán, capital do império asteca 
Cidade de Teotihuacán, capital do império asteca

História da América é composta pelo encontro, enfrentamento, conquista e articulação de vários povos, sobretudo europeus, africanos e os nativos do continente americano. Entre esses últimos (também denominados de civilizações pré-colombianas), os que desenvolveram um complexo civilizacional mais impressionante e sofisticado foram os astecas, os maias e os incas. No que se refere à civilização asteca, várias características podem ser apontadas.
A região do continente americano em que se desenvolveu a civilização asteca chama-se Mesoamérica e abrangia parte do atual México e a Península de Yucatã, onde se encontra a atual Guatemala. Na virada do século XV para o século XVI, época em que os espanhóis deram início ao reconhecimento e colonização do novo continente, o império asteca contava com cerca de 200 mil quilômetros quadrados de domínio e cerca de cinco milhões de habitantes distribuídos pela extensão do reino.
A origem dos astecas remonta à formação dos antigos povos “mexicas”, como os olmecas, que deram a base cultural e política para o seu desenvolvimento. O centro do império era a cidade de Tenochtitlán, que, à época da chegada dos europeus, contava com uma concentração populacional de mais de 200 mil habitantes, fato que impressionou bastante os europeus. A civilização asteca, de certa forma, orientou toda a sua organização a partir da fundação de Tenochtitlán.
Há um mito fundador dessa cidade que narra a história de Tenoch, sacerdote e rei dos astecas, que teria guiado a população para uma ilha no lago de Texcoco e lá encontraram uma águia comendo uma serpente. Nesse local, foi construído um centro sacerdotal em homenagem a Tenoch. Nesse centro surgiu a cidade. O símbolo da serpente e da águia foi encarado pelos astecas como presságio para o seu desenvolvimento, para a construção do “Império do Sol”. Tal símbolo ainda é muito forte na cultura mexicana, estando presente inclusive em sua bandeira.
Dentre os aspectos econômicos, sociais e políticos da civilização asteca, destacou-se o modelo da monarquia teocrática e militar. O chefe político, chamado Tlaltecuhtli, era a um só tempo guerreiro e sacerdote, tendo que cumprir ambas as funções. O Tlaltecuhtli ficava encarregado de manter a hegemonia sobre as outras cidades-estado astecas por meio da imposição militar. Além disso, a cidade de Tenochtitlán apresentava uma divisão administrava quadripartite. Cada uma das quatro partes, chamadas calpulli, possuíam funções como organização do trabalho agrícola, tributação, atividades religiosas, educação e recrutamento de guerreiros.
Essa forma de organização garantia a unidade social do império. Além disso, os astecas desenvolveram um complexo sistema de irrigação para abastecer suas plantações e suprir o consumo das pessoas. A sociedade asteca era estratificada, isto é, dividida em camadas, com organização hierárquica. Sendo assim, havia uma nobreza militar e um grupo de sacerdotes, associado à figura do rei, que ocupavam o topo da pirâmide social. Abaixo deles se seguiam os comerciantes e artesãos; após esses últimos, seguiam-se os escravos, camponeses e prisioneiros de guerras, que eram sacrificados aos deuses.
Em se tratando de sacrifícios humanos, os astecas (assim como os maias e os incas) possuíam grandes contingentes de prisioneiros que eram mortos (geralmente estripados, tendo os corações arrancados) nas pirâmides de cidades sagradas, como Teotihuacán , dedicada ao deus Sol. A prática do sacrifício humano está entre os principais aspectos religiosos e culturais dos astecas. A criação do calendário intitulado Pedra do Sol, que era inspirado no modelo maia, também figura entre as características culturais mais importantes.

Por Me. Cláudio Fernandes

Economia
Ao longo da expansão do povo asteca, a agricultura foi se tornando a sua principal atividade econômica. Mesmo habitando uma região com terrenos alagados, desenvolveram técnicas agrícolas que superavam as limitações naturais da região. Uma interessante técnica agrícola desenvolveu-se com a construção das chinampas.
As chinampas eram grandes esteiras de junco sustentadas por hastes fixadas no fundo dos lagos. Na superfície da chinampa era depositada a fértil lama encontrada no fundo dos lagos. Dessa forma foi possível ampliar a produção agrícola. Além disso, os astecas também utilizaram de canais de irrigação que tornavam possível o plantio em regiões menos férteis.
O comércio também figurava entre uma das principais atividades da economia asteca. Em grandes mercados, como o de Tlatelolco, pessoas realizavam trocas de artesanatos, alimentos, pequenos animais, utensílios e ervas medicinais. Além de realizarem o comércio através do escambo, também utilizavam a semente do cacau como uma moeda de troca.

Sociedade e Política
Baseada em uma forte tradição militarista, os astecas possuíam uma organização social vinculada pela posição política e econômica reservada a cada um dos seus membros. O Estado asteca era chefiado por um imperador que contava com o apoio de funcionários na administração das terras e construções do império. No topo da hierarquia social asteca estavam os nobres, os sacerdotes e os militares. Estas três classes exerciam importante papel na manutenção do império, na conquista de novas terras e no contato entre os homens e os deuses.
Logo em seguida estavam os comerciantes e artesãos. Muitos deles eram admirados pela habilidade em dominar complexas técnicas, como a ourivesaria. Estes, além de controlarem uma parte significativa da economia asteca, também circulavam pelo império realizando alguns trabalhos para o Estado e praticando a espionagem. Em razão de sua grande importância, muitos deles não eram obrigados a pagar tributos ao Estado.
A grande parcela da população era composta por camponeses. Estes seguiam as orientações do Estado no cultivo das terras e na construção de obras públicas. Cada camponês, ao se casar, recebia um lote de terras que deveria ser administrado por ele. Em troca do serviço prestado, os camponeses recebiam alimentos, vestimentas e tinham seus filhos introduzidos nas instituições de ensino do governo. No mais baixo estrato da escala social estavam os escravos que, de acordo com a condição que usufruíam, poderiam ascender socialmente.
A vasta população organizada sob o domínio asteca marcou a existência de uma das mais complexas sociedades da América pré-colombiana. A extensão dos núcleos urbanos e a organização sociopolítica asteca faziam frente e, em certos casos, ultrapassavam as dimensões dos centros urbanos da Europa do século XVI. Os colonizadores espanhóis ao chegarem na região fizeram vários relatos sobre a riqueza do povo asteca.

Por Rainer Sousa
Mestre em História


Astecas oferecendo chocolate ao deus Vitzilipuztli 
Astecas oferecendo chocolate ao deus Vitzilipuztli

Religião

A religião asteca assumia um caráter politeísta, onde animais e elementos da natureza eram predominantes. Muitos dos deuses eram animas que representavam algum elemento da natureza. O Colibri Azul, por exemplo, era um deus que representava o sol do meio-dia. Além disso, outras divindades tinham vinculação exclusiva com certas atividades profissionais ou cidades astecas.

Os templos religiosos dos astecas eram bastante complexos e marcava uma determinada contagem do tempo. A construção de suas pirâmides era realizada a partir de um conjunto de blocos de pedra que sofria alterações a cada cinqüenta e dois anos. Cada reforma simbolizava o agradecimento do povo aos deuses que conservaram a existência do mundo.

Culinária

O milho constituía a base alimentar do povo asteca. Através do preparo dos grãos produziam panquecas que eram recheadas por grãos secos, pequenos insetos, girinos e peixes. Outro alimento bastante utilizado era o cacau de onde se extraía uma bebida chamada xocoalt, que mais tarde deu origem ao chocolate. Várias outras sementes e temperos complementavam a culinária asteca. Animais eram domesticados para o abate e o consumo, e alguns deles só faziam parte da mesa das classes mais abastadas.

Cultura

O povo asteca deu grande importância ao desenvolvimento de diversas áreas do saber. Possuíam um calendário que muito se assemelhava aos padrões utilizados na contagem feita do tempo hoje. Sua linguagem era tanto pictórica quanto hieroglífica, ou seja, utilizavam de desenhos, símbolos e sons para fabricarem transmitirem uma mensagem. O desenvolvimento da escrita entre os astecas não tinha apenas um caráter funcional, muitos poemas, cantos religiosos e peças teatrais foram registradas por seu sistema de escrita.

A medicina entre os astecas era uma tarefa desempenhada por xamãs e curandeiros. Por meio de rituais e transes diagnosticavam a doença e o tratamento contra certo incomodo físico. A fitoterapia era um método recorrente na preparação de infusões, chás e pomadas destinadas aos mais variados tratamentos médicos. Por meio do conhecimento acumulado faziam sangrias, tratavam feridas, curavam cáries e doenças visuais e auditivas.

Entre os astecas também existiam arquitetos responsáveis por elaborar a construção de templos e obras públicas. Diversos palanques, rampas e represas eram elaboradas para o desenvolvimento da agricultura. Além disso, o complexo grau de elaboração arquitetônica era marcante nos templos e palácios astecas.

No âmbito da pintura e da escultura desenvolveram ricas técnicas de cunhagem em metais. Suas gravuras possuíam perspectiva e as imagens sempre eram retratadas de frente ou de perfil. Várias cores adornavam o padrão estético asteca, sempre marcado por cores quentes e vibrantes. Outro trabalho artístico asteca empregava a manipulação de penas e plumas utilizadas na confecção de adornos e acessórios utilizados por nobres, sacerdotes e autoridades políticas.

A riqueza da cultura e dos saberes dos astecas demonstra o notório potencial criativo deste povo. Além disso, a diversidade cultural asteca questiona o tradicional olhar eurocêntrico que coloca as demais civilizações como abaixo do “elevado grau” de desenvolvimento da cultura européia. Infelizmente, toda essa riqueza foi em grande parte perdida com o processo de dominação espanhola deflagrado no século XVI.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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